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quinta-feira, 18 de outubro de 2018


CAPÍTULO OITO

 
FASE NASSAU (TRIBUNA FM)

Essa fase foi crucial na minha carreira. Foi um divisor de águas em toda minha vida. Tinha chegado ao ápice do profissionalismo ainda muito jovem, tinha apenas 30 anos. Se João Santos não tivesse desaparecido no acidente de avião no Paraguai, hoje a comunicação aqui no Espirito Santo seria diferente. João Santos iria montar um grande complexo de radio e TV em todo Estado. Sua morte mudou a historia do radio, jornal e televisão do Espírito Santo e toda minha historia profissional também.

 
JOÃO SANTOS FILHO

Desempenhava o trabalho na Escelsa quando Mauricio Prates, ainda em Cachoeiro, liga dizendo que tinha indicado meu nome a João Santos para montar a Tribuna FM em Vitória. Mauricio trabalhava na fabrica de cimento do grupo em Cachoeiro e por gostar muito de musica e de radio, montou a Tribuna FM de Cachoeiro, primeira concessão em radio do Grupo Nassau.

 
Fui convidado a ir ao Rio conversar com João Santos Filho, que ficava no escritório do grupo na Av. Rio Branco. João Santos fazia ponte com Vitoria e Rio. 

Ele disse que gostaria de contar comigo “full time”, disse também que eu montaria a Radio Tribuna, a segunda concessão de radio e que os recursos viriam da fabrica cimento Nassau em Cachoeiro.

 
Recordo bem deste momento. Retruquei convicto que seria difícil, pois tinha a Gazeta com suas estrutura bem montada, com radio e TV, e que o nome Tribuna estava no momento desacreditado. Ele segurava nas mãos uma borracha de apagar, dessas branquinhas, quadradinha, grossinha. Ele partiu a borracha no meio com os dedos, de tanta raiva, enquanto dizia para mim:

 
“ Primeiro, disse ele, aquela Gazeta não será isso tudo ate a gente montar nosso complexo de comunicação em todo Estado, ela é dirigida por um bon vivant (referindo a Cariê); segundo, o nome Tribuna voltará a ser respeitado, começando com você. Você ira buscar dinheiro vivo em Cachoeiro para montar sua radio, quero em tempo recorde, Quero ela pronta em 60 dias. Tudo á vista” finalizou. E foi assim que aconteceu. Naquele momento tinha entrado para o livro dos homens de confiança de Dr.João Santos Filho. Tinha largado a Escelsa

 
A RADIO

Montar uma radio, principalmente dentro de um grupo industrial forte na época, era muito difícil, complicado. Por ser novo, convidei três pessoas mais velhas e com experiência para trabalhar comigo, principalmente no início. Chamei Geraldo Sobroza com vasta experiência em radio e administração, convidei Eurídice Gagno para gerir a parte comercial e Jose Américo Mignone, com quem aprendi radio para que eu não tivesse chance de errar.

 
Montamos uma bonita e segura estrutura de radio, tanto física como em equipamentos. Isso causava inveja na própria empresa, mas como João Santos aprovava o que eu estava fazendo, os invejosos engoliam seco.

 
Foi montada uma equipe com os melhores profissionais de radio. Os primeiros foram: Miguel Roldan, Marcos Wyatt, Guarnandir Silva, Luis Carlos Coelho, Edu Henning, Marcos Jose Lima, Adilson Paixão, Adilson Caetano, Gastão Follador, a técnica com João Caruru. Programas com Marien Calixte e o médico José Saleme, os especiais de Edú. Depois vieram outros.

 
Teve um episodio que merece registro. Fomos autorizados a colocar outdoors de inauguração. Uma agencia (que não existe mais) criou o outdoor. Mas não aceitei, então resolvemos criar e criamos. Dizia o seguinte, curto e grosso: OUÇA (bem grande, centralizado), logo abaixo, menor: RADIO TRIBUNA FM 99,1. Do lado direito embaixo, A PARTIR DO DIA 30 DE MARÇO. Só isso, nas cores de cimento molhado verde claro. Pronto, chamava a atenção aquele OUÇA de todo tamanho. As pessoas queriam ler o que estava abaixo e liam o nome da radio. Atingimos o objetivo sem a cooperação das agencias.

 
CONTRUÇÃO DA RADIO

João Santos Filho tinha seus homens de confiança aqui em Vitoria. Ambos de Cachoeiro, que antes trabalharam com ele na fabrica de Monte Líbano. Um deles era Nero Abranches, o outro era Rubinho Grilo. Ele havia ordenado que a radio fosse construída na parte térrea da sede e assim fizemos. Bonitas instalações, planta bem elaborada, boa mobília, etc, como ele queria que fosse.

 
QUADROS

Quando estive nos Estados Unidos pela primeira vez, visitei uma radio em New York onde ela colocava quadros de seus principais apresentadores através dos corredores da emissora. Fizemos o mesmo com o pessoal que ocupava microfone na Tribuna FM.

 
INTERFERÊNCIA

Mas rolava uma certa inveja com o pessoal do jornal. Lembro que Rubinho Gomes era editor chefe e Marien Calixte diretor. Eles viviam querendo se interferir na programação da radio com coisas do jornalismo. A emissora ja tinha seus noticiários na linguagem radio.

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