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quinta-feira, 18 de outubro de 2018


CAPÍTULO QUATRO

 
ETAPA VITORIA

Recebi um convite para trabalhar em radio na capital. Partiu de Oswaldo Amorim (cachoeirense que antes atuava na equipe de esportes da ZYL-9) e que na ocasião estava como diretor nos Diários Associados de Assis Chateaubriand. Aceitei desde que pudesse estudar fazer uma faculdade. Tinha terminado o Tiro de Guerra no ano anterior. Com 19 anos vim para Vitória. Era o ano de 1969 quando o homem pisava na lua. Cheguei á Radio Vitória, na época, a mais popular da capital. Logo iria bater saudade do  meu pequeno Cachoeiro e tudo que lá deixei. Deixei a Radio Cachoeiro, os colegas, os amigos, a família e vim para Vitória.

 
Detalhe: Lembro que era novembro e meu tio Roberto emprestou sua velha Rural Willys para que me trouxessem á Vitoria. Quem me trouxe foi o amigo Gersinho Moura ao volante. Aportei na república da Dona Francisca, na Marcondes de Souza, perto da antiga Rodoviária no Parque Moscoso. Nessa república tinha Coelho, Alípio (peu), Urso Branco e outros

 
RADIO VITÓRIA

Meu primeiro ato na emissora foi gravar umas vinhetas com o então vereador Gerson Camata, no estúdio Audiomax de Eurídice Gagno. Audiomax, talvez o único estúdio de gravação da capital, ficava no Palácio do Café na Costa Pereira. No térreo existia o famoso Salão Garcia. Quando governador, Élcio Alvarez frequentava direto.

 
Minha missão na radio era ser uma espécie de porta voz de Oswaldo Amorim em toda programação e fazer um programa á noite, pois tinha o cursinho durante o dia. O programa que fazia tinha de tudo, muito rock, MPB e isso causou espanto para uns ouvintes e admiração em outros.

 
A Radio Vitoria era no Ed. Moisés, em frente aos Correios na Av Jerônimo Monteiro. Alias, começaram a asfaltar a avenida nessa época, 69 e 70. Ficava no último andar

 
A programação era toda popular, mas o forte mesmo era o Ronda da Cidade e o Escrete de Ouro, a equipe de esportes. Essa equipe era o xodó do diretor Oswaldo. Às vezes a Federação Capixaba de futebol mudava horário de jogos a pedido da equipe. Lembro bem disso.

 
Uma vez o diretor me pediu que acompanhasse o final do Ronda da Cidade presente na técnica de operação, pois Camata tinha mania de ultrapassar o horário, prejudicando o programa seguinte feito por Itaquassy Fraga. No dia fui e fiquei atrás do operador de som. Se eles passassem do horário tinha ordens para cortar o programa. Eles terminaram em cima. Na realidade colaboraram com minha missão. Tinha 19 anos, e fazer frente a um Camata, Cramenha e Mister X não dava.

 
Na realidade aprendi muito com o esporte da Radio Vitoria, com todos os profissionais que compunham o quadro do Escrete de Ouro. Aprendi também com uma figura lendária do radio capixaba, Alfredo Mussi e o seu “Madruga Também é Mulher” Este programa começava realmente a meia noite e prosseguia madrugada adentro.

 
Fiz vestibular e passei na UFES em Administração e continuava na Radio Vitória. Estudava pela manhã e trabalhava a tarde e noite. A Lanchonete Rio Doce era nossa salvação, frequentada por muita gente da radio Vitória como Fraga Filho, Hino Salvador, Orlando Santos e outros. Ficava ao lado do prédio do Banestes na Praça Oito. Eu ia de vez em quando e comia seu famoso sanduba triplicado de coisas, isso em meio a prostitutas ali da beira do cais.

 
A audiência da radio na Grande Vitoria era total. Castelo Mendonça comandava as manhãs. Edyr Costa e Carlos Alberto Malta (o pequeno notável) cuidavam da programação musical e bem! O noticiário era feito por Floriano Leubach, Florisvaldo Dutra e Jorge Gropo. Como não aprender como essa turma? Fui um privilegiado.

 
No andar de baixo, funcionava a TV Vitória, comandada por (Magno Telles) e o superintendente era Duarte Júnior. Há! Lembro-me dos câmeras da TV, Camatinha e Zé do Egito, este, alfaiate nas horas vagas. Cheguei a fazer um programa na TV cujo conteúdo era mostrar capas dos LPs que estavam estourados, mas nada que pudesse inserir em meu currículo. A  estrela da TV era Euzenete Lucas, irmã de Edmar Lucas do Amaral, também funcionário e apadrinhado de João Calmon.

 
COISAS LEMBRADAS (com colaboração de Paulo Duarte)

ACIDENTE

Rômulo Gonçalves entrou para fazer o horário de Dery Santos. Era diariamente às 6hs. Na TV havia um projetista de nome Jerzy (origem polaca). Resolveram promover os locutores da emissora e num sábado pela manha foram todos tirar fotos na Barra do Jucu. Na volta, na altura do IBES, a Vemaguete dirigida por Rômulo saiu da pista e tombou três vezes. Um susto. Todos saíram ilesos. Eu estava com eles.

 
CARNAVAL

No carnaval de 1970, se não me engano, Oswaldo Amorim enviou para Guarapari eu e Juarez Brito. Tivemos de cobrir o carnaval no Siribeira Clube, o clube da época. A gente transmitia de dentro do salão em meio àquela balburdia. Ficávamos hospedados em um quarto dos fundos do próprio clube. Cumprimos nossa missão.

 
ASCENSORISTAS

Não poderia esquecer os ascensoristas do elevador do Ed Moisés. Pela manhã era Oswaldino. Viva limpando a placa de botões com a mão tremula. Bebia muito durante a noite. Á tarde era “seo” Jaime, gente boa, paciente, brincalhona. Duas figuras.

 
CONTABILIDADE

O caixa era Arnaldo Calimam. Muito CDF. Vale era com ele. Quando dos jogos, ajudava a galera a esticar fios no estádio. Tinha também o Ernane e a Maria Cajueiro.

 
TÉCNICA

Jose Luzardo da Rocha comandava a área. Ali se destacava o João Carlos, que se aposentou quando sofreu um acidente de carro a trabalho. Tinha o Bidú, que depois foi para a Gazeta. Equipe boa

 
DISCOTECA

Duas figuras de primeira grandeza. Edir Costa, que naquela época já era DJ e Carlos Alberto Malta, o pequeno notável.

 
OUTROS

Alguns personagens da Radio Vitoria da época, a maioria servindo o esporte. Tinha o Julio Simas e seu topete, Fraga Filho, que fazia um programa de reminiscências todo sábado. Alexandre Santos fazia plantão esportivo de vez em quando e trabalhava nos Correios, em frente. Enéas Silva, apelidado de Diabo Louro também trabalhava na rádio.

 

MUDANÇA DE REPÚBLICA

Importante enfatizar esse pormenor. Gilsinho Leão (quase primo) estudava também em Vitoria, cursando Odontologia na Ladeira São Bento no centro de Vitoria. Gilson tinha um apê no Ed Abaurre ao lado do Moinho Buaiz. Eu e Ze Coelho saímos da Pensão de Da. Francisca e fomos para lá. No andar de cima moravam, Camata, Rosenthal Calmon e seu irmão que era engenheiro da Vale. Lembro ver sempre Gerson com uma revista Veja nas mãos. Naquele tempo já era deputado estadual

 
Quem se juntou a gente, mais tarde, foi Gonzaguinha Belo. Geralmente no fim do dia, ele juntava alguns plásticos dos Lps de Zé Coelho(trazia da rádio para ele) enchia de água e jogava em cima do pessoal da fila de ônibus que ia para Vila Velha. O ponto ficava embaixo do prédio. Viação Alvorada dos Lorenzutti. Uma zorra de fato!

 
Mas demoramos pouco ali. Gilsinho passou no concurso do Banco do Brasil e foi enviado para Mafra, SC e tivemos que deixar o Ed. Abaurre.

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