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quarta-feira, 17 de outubro de 2018


CAPÍTULO VINTE

 
MOMENTOS QUE VALEM A PENA LEMBRAR

Quando o saudoso Antario Filho nos procurou para ajudar a montar sua radio, nos levou onde seria montada a emissora. Na parte de baixo de uma das escolas da Faesa, mostrou as divisões de estúdios, salas e lá no canto alguns equipamentos. Não se poderia fazer uma boa radio com aqueles equipamentos e Antario então tratou de trocá-los no dia seguinte. Tinha também um carpinteiro chamado Tobias ajudando. Era por amizade, já que eram conhecidos pela prática do teatro. Mas Tobias deu conta do recado. Nasceu uma radio que ficou líder por doze anos seguidos, lutando sozinha contra impérios de comunicação e ganhando. Foi a marca da força de vontade.

 

Eu e o hoje deputado federal Amaro Neto trabalhamos juntos na Radio ES. Amaro pertencia a equipe de esportes e era narrador. Um dia o coloquei para fazer o Ronda Policial. Ele tomou gosto e serviu de base para fazer o programa de TV que o tornou famoso. Quando saí da Radio ES, ele sempre ligava para dar dicas para a coluna sobre radio e radialistas que mantenho no SeculoDiario. Depois que se tornou deputado estadual e passou a trabalhar na TV Vitória aconteceu um distanciamento natural.

 

Outra experiência foi uma teimosia que saiu vitoriosa. A Tribuna Fm comprou uns transmissores nacionais da marca Telavo para operacionalizar suas transmissões. Na fase de testes, o link, que liga o estúdio ao transmissor, não emitia sinal de estéreo de jeito nenhum. Mas só uma pessoa notava isso e teimava com o técnico que veio instalar. Não estava em estéreo. A galera da radio, já composta, gostava de ouvir um disco por causa da sua perfeita divisão de estéreo nas caixas. Era um bolachão de vinil da CBS, hoje Sony, com o cantor negro Lou Rawls e a musica chamava Lovers Holliday. Pois então se colocou este disco para o técnico ouvir e foi ai que ele concordou que não havia estéreo. Consequência, a fabrica teve de trocar o link á poucos dias da inauguração da radio. Fomos salvos por Lou Rawls.

 

Outro caso foi um desses montadores de torres de transmissão - algumas com até cento e oitenta metros - que estava montando a da Tribuna FM na Fonte Grande e ouviu do vizinho concorrente uns gracejos arrogantes por estar tudo atrasado. Calmamente ele foi procurar os repensáveis pela radio Tribuna e disse:  “Se depender de mim nos vamos colocar a radio no dia certo”. E assim ele e seus dois amigos fizeram tudo rapidamente , a ponto de um ter caído da torre e visto, da cama do hospital, a radio entrar no ar no dia marcado. Foi heroísmo. Acontece muito em montagens de emissoras de radio e a gente vê, aprende e dá valor.

 

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