CAPÍTULO DEZ
FASE PÓS TRIBUNA ATÉ GOVERNO GERSON CAMATA
ROGERIO MEDEIROS
Fiquei algum tempo descansando após me “dispensarem” da Tribuna. Uma vez,
com Zach e Ranuze, ainda pequenos, na frente do prédio onde morávamos, parou um
fusca e dele saiu um sujeito de cabelos grisalhos e me disse¨ Você que é o
Mignone? Te sacanearam lá na Tribuna? Pois saiba que estamos de olho naqueles
caras. Esta é minha solidariedade a este seu momento”
Atônito, vi que era Rogerio Medeiros, então presidente do Sindicato dos
Jornalistas, naquela ocasião em acordo salarial com a Tribuna. Impetuoso, soube
depois que Rogerio endureceria o acordo coletivo, principalmente com o senhor
Hélio Esteves, então na administração geral.
ANTÁRIO FILHO E A TROPICAL FM
Momentaneamente fora do radio fui procurado pelo jovem Antário Filho. Veio
e disse que estava montando uma FM e que gostaria que eu o ajudasse. Ele já que
conhecia a fama da Tribuna FM como radio de ímpeto no mercado. Eu e ele Fomos
ate o local onde estava sendo montada a radio, era embaixo de um dos prédios do colégio deles
(FAESA), em Itaquarí, Cariacica.
Fiquei impressionado com a falta de tudo. Ai, resolvi ajudar aquele rapaz.
Dei uns ajustes nos estúdios, pedi para mudar os equipamentos, que já haviam adquiridos, mas que não
serviam, ajudei na seleção do pessoal (muita historia ai) e consegui um feito
inédito para que a radio tivesse discoteca. Naquela época era impossível. Hoje
com o advento da Internet pode qualquer coisa.
Na época nenhuma radio podia ir ao ar sem muitos discos. A Tropical não
tinha NENHUM . Através do saudoso Marcos Jose Lima, o Marcão, que era
representante da famosa CBS, foi feito uma parceria, tida como inédita pela
gravadora, com envio de caixas e mais caixas de lps variados. Eram quase todos
os discos que haviam sidos lançados nos últimos dez anos
Entrou-se no ar com especiais de 1 hora de Roberto Carlos, Júlio Iglesias,
Ray Conniff e por ai afora. Um mês depois chega em Vitória a figura máxima da
CBS no Brasil na época, Roberto Augusto, com um disco de ouro para a emissora.
Foi a única radio do país a ganhar um disco de ouro em menos de 90 dias no ar
Uma turma boa começava na Tropical, com muita garra: Kazinho, Fabio Pirajá,
Juninho Megahertz, Toninho Hulk, Roni técnico, Tobias, Nivaldo Passamai. Depois
vieram os outros.
Lembro que levei aquele quadro do Rocky II para lá, pois a radio iria
precisar de muita “persistência” para ficar no ar e ter sucesso, como teve a
Tribuna. Coloquei na parede onde seria o estúdio, pois estava ainda em
construção. Era o retrato de Rocky, com os punhos levantados e
os dizeres; “Persistência – A Razão da Vitoria”.
Antário Filho nunca mais deixou ninguém mexer naquele quadro, ate ser morto
naquela noite fatídica. Antarinho era um cara entusiasta, educado e honesto,
bom caráter. O quadro ficou lá,
respeitado por todos ate um dia eu voltar a trabalhar na Tropical e tirar o
quadro. Mais isso é outra historia...
GERSON CAMATA E A CAMPANHA
Camata entrava em campanha para o governo do estado. Sabedor que eu tinha
saído da Tribuna me convidou para seu escritório de campanha política chefiado
por Jose Moraes. Remunerado, fiquei lá ate ele se eleger governador. O
escritório era na Gama Rosa no centro. Ali foi meu primeiro contato com as
nuances da politica e com os políticos.
Lembro da peregrinação de pessoas naquele lugar. Na realidade o artífice de
toda campanha foi Zé Moraes.
Lembro também que cheguei a esboçar um livro de memórias (não tão como
agora) onde constavam apenas lugares e nomes. Mas não em frente.
ANDANÇAS POLITICAS
Certo dia, em campanha, eu e Gerson fomos almoçar na casa dele. Ele estava
morando em Vila Velha. La estava Rita
preparando o almoço pra gente. Após a refeição, Camata fala assim comigo:
“Olha, tenho uns encontros esta tarde e quero que você faça uma coisa, toda vez
que eu estiver demorando na conversa com alguém, você chega perto e fala,
‘Camata, estamos atrasados’! Só isso e se afasta, disse ele.
No primeiro encontro, eu vendo que ele estava demorando muito em uma
conversa, apliquei o que ele queria, cheguei e disse que ele estava atrasado.
A resposta: ‘pode deixar, nunca estou atrasado!’
Nunca mais eu disse que ele estava atrasado. No fim, Camata também era um
grande gozador, zoador!
Na época que ainda era deputado, lembro de um episódio dele em uma viagem
para Brasília. Estávamos, eu e Monica, indo para Brasília, após o casamento, no
qual ele foi padrinho, mas não compareceu. Se redimiu proporcionando uma semana
em Brasília em seu apê funcional...com ele lá.
Naquela época, além de fartura de comestíveis á bordo, as xícaras de
cafezinho e os talheres tinham a logomarca de cada empresa aérea.
Após a
gente ter tomado o café, ele pegou a sua xícara e a minha, enxugou num
guardanapo e falou: “Toma, guarda aí no
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