FASE GAZETA
Recebi um convite para falar com Café Lindemberg. Era uma
proposta para dirigir a Gazeta AM. A equipe que tinha sido contratada não
estava de acordo com a proposta da empresa. A Tribuna estava bombando com uma
equipe mais humilde e uma programação ousada. Era o que Café me pediu para
fazer.
Neste mesmo dia ele havia me dito que estava negociando com
Jairo Maia, que ainda estava na Espirito Santo e que Jairo pediu que eu fosse
também contratado. Álvaro Moura endossou. Café topou e eu também. Mais uma vez
a gente teve que se superar, tirar a audiência de primeiro lugar da Tribuna AM…
A Tribuna caiu e a Gazeta emplacou o IBOPE pela primeira vez
Jairo veio e de quebra trouxe Luís Carlos Peixoto para a
Gazeta. Pedi que trouxessem o quase desconhecido Aloisio Ovelha. Ele veio.
Estava se formando um dos melhores times de apresentadores do radio capixaba.
SEM FALSA MODESTIA E A INTERPELAÇÃO
Sempre que eu assumia, irresponsavelmente ou não, tinha
mania de ir ao microfone e dizer que esta radio seria campeã de Ibope em tantos
meses, inclusive pedindo licença as coirmãs para tal.
Quando eu falei isso na Gazeta, Cariê ouviu e quando
encontrou comigo no corredor falou: Você é doido em falar isso no microfone?.
Eu disse: Vamos ser sim, o senhor vai ver. E seis meses depois a Gazeta AM
assumia o primeiro lugar do Ibope. Dai a radio ficou todos esses anos em primeiro
lugar, só caiu uma vez, mas levantamos no Ibope seguinte. Uma historia mais
para frente.
A empresa Gazeta sempre foi muito organizada e tudo fluía
bem. Aurelice Aguiar, uma recém formada em Jornalismo, junto com Luciane Costa,
tomavam conta do Jornalismo da radio. Alias Aurelice ja cuidava da radio FM e
viria ser esposa de Café.
Quando cheguei, lá encontrei Osmário Cavalcanti e
Bolinha. Na produção veio o Keko, além, é claro do pessoal da televisão sob
comando de Bira. Nessa época chegava também Palo Monfrin Canno, que esta lá ate
hoje no comando de toda parte técnica da Rede Gazeta
Foi nessa primeira fase de Gazeta que colocamos na
Capital FM o famoso AT40, o primeiro programa inteiro que chegava através de CDS
vindos semanalmente dos Estados Unidos. Era aos domingos á tarde, com duração
de três horas. O apresentador chamava-se Shadoe Stevens. De um CD para outro
tinha a intervenção local, com comerciais e passagens. Quando entrava a próxima
parte do programa, o locutor daqui dizia:”...vem de lá Shadoe!”, e ai entrava o
cara americano. Apresentava as musicas em inglês e só musicas em primeira mão.
Foi impactante para os padrões de radio de Vitoria.
E esse negócio de “vem de la Shadoe” pegou com a galera
da Gazeta, principalmente com Carlinhos Benfica, Juninho Megahertz, Burura e o
restante da galera. Quando um passava pelo outro no corredor, soltava essa
saudação.
Burura e Bibinho quando mudaram para Los Angeles, a
primeira coisa que fizeram foi visitar Shadoe Stevens nos estúdios do American
Top 40. Guardo um programa inteiro de 4 cds com muito carinho
Pedi para a radio ter um carro de externa tipo o Águia da
Colina lá atrás. Um carro fiat, pintado de tiras azuis e brancas. Chamávamos
esse carro de Zebra, a zebrinha da cidade (em contrapartida ao Águia da
Colina, da Capixaba)
Vitoria (aqui é o lugar do “já teve”) recebia o circuito de Formula de rua,
da Ford ou Chevrolet. Eu e Jorge Felix, do esporte, resolvemos fazer uns
flashes da pista montada na Navegantes. Recordo que Rubinho Barrichelo
estreava. O que aconteceu? Transmitimos toda a corrida.
Jorge entrevistou todos os pilotos. Usamos o carro zebra, que desfilava na
pista antes da corrida começar. Era a minha despedida. Estava indo para os
Estados Unidos com a família.
Deixava uma equipe e uma programação azeitada na Gazeta AM. Fui a
contragosto de Café, que queria que eu continuasse, pois tudo estava dando
certo. Ia feliz, pois ate Jose Henrique Pinto a gente conseguiu que fosse
contratado. Era operador exclusivo de Jairo Maia. Também deixamos Wagner
Martins como operador e locutor no fim de tarde, fazendo um bom sertanejo. Hoje
é um veterano cinegrafista, dos bons.
Circulava bem na redação do Jornal, na andar de cima, hoje redação
multimídia. La tinha Buery, Milson Henriques, Sergio Egito, Paulo Maia, Rita
Bridi, Amarildo chargista, Gildo Loyola fotografo, William Abrão e tantos
outros.
Na TV tinha la o Abdo Chequer, Carlos Tourinho, Edu Henning, Ted Conti,
Ronald Mansur, Dani Abreu, Buery (de novo), Mário Bonnela e Claudia Geigher.
Lembro muito de Caliman e Maria Helena Bischner
Buery sempre foi de sair para almoçar. Conhecia todos os restaurantes de
Vitoria. De origem árabe, gostava muito de um carneiro. Uma vez saímos, eu, ele
e Geraldo Magela, diretor de imagem da TV, hoje no comando da Radio e TV ES.
Depois saímos novamente. Na quarta saída, criamos a Confraria das Sextas.
Éramos os três e mais um ou dois convidados. Podia ser da TV, do Jornal ou da
radio. Tinha época que tinha ate cinco convidados. Quem fazia as contas para
pagar era o próprio Buery. A gente dizia que somava sempre a mais. Coisa de
turco
A família ja tinha planos para mudar para os Estados
Unidos, endossando minha vontade de trabalhar na Voz da América. Fui falar com
Café. Ele ficou decepcionado com minha decisão de ir embora, largando a Gazeta
com apenas dois anos de trabalho. Ponderou, argumentou inclusive que seu plano
era ir mudando o pessoal antigo gradativamente, mas não conseguiu me convencer.
Infelizmente fui embora. Meu ultimo contato com os Lidembergs foi no casamento
de Café e Aurelice
Nenhum comentário:
Postar um comentário