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quarta-feira, 17 de outubro de 2018


CAPÍTULO QUINZE

 
TROPICAL – O RETORNO

Estava tranquilo na Gazeta quando um dia o telefone tocou. Do outro lado da linha Alexandre Theodoro. Convidava para um almoço. Dizia que a Tropical precisava de uma pessoa para geri-la artística e administrativamente. Que a família não permitia entregar a emissora a um estranho, mas que eu era o único que poderia faze-lo.

Talvez tomado de uma vaidade idiota, aceitei o convite. Sai da Gazeta e fui para a Tropical FM. Chegando lá encontrei boas e más pessoas. Não posso chama-los de profissionais. Minha trajetória foi rápida. A emissora era entregue para que um outro membro da família “tomasse conta” e eu não coadunava com suas atitudes.

 
O EPISODIO TONHO DOS COUROS

Rossini Macedo era um ilustre desconhecido. Acabara de chegar de Picuí na Paraíba e apareceu na Tropical com uma pilha de CDs nordestinos. Gostei de alguns. Ele queria um espaço na emissora pois dizia-se humorista.

Achei legal a ideia de coloca-lo no ar uma vez por semana, aos sábados, as 19 horas (horário e dia ingratos no radio). Rossini assumiu e com dois fins de semana já era sucesso. Com um mês já tinha audiência total

Era um piadista ousado. Ali já se constituía em um bom “stand up”. Fui aconselhado a afasta-lo do microfone, pois o que dizia no não batia com a FAESA, da qual a emissora pertence. A FAESA é uma entidade de ensino de alto conceito. A contragosto (meu e dele) tiramos Rossini do ar. Tivemos que entender a decisão.

 
O CASO DO QUADRO ROCKY

Como disse, não estava muito confortavelmente na emissora. Ali não tinha mais o espirito de radio que Antario Filho havia deixado. Estava tudo muito esquisito. Tirando um Nivaldo Passamai, Andressa Carvalho, Antario Neto, ficava difícil dialogar radio com os demais.

Uma vez, olhando para o quadro do Rocky “Persistência – a razão da vitória”, o retirei da parede, peguei uma garrafa de álcool e desci ate a garagem. Em um canto toquei fogo no quadro e disse em voz baixa: “ Amigo Antario, as coisas aqui já não são mais como a gente pensou um dia”

Fui convidado a sair com apenas oito meses de trabalho. Foi minha primeira derrota como profissional de radio. Logo por decisão de amadores de radio, só podia ser.

A Tropical galgou primeiros lugares de audiência muitas vezes, mas por força de um apelo popular contrario aos padrões normais de programação de rádio na época.
                               

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