CAPÍTULO OITO
Essa fase foi crucial na minha carreira. Foi um divisor
de águas em toda minha vida. Tinha chegado ao ápice do profissionalismo ainda
muito jovem, tinha apenas 30 anos. Se João Santos não tivesse desaparecido no
acidente de avião no Paraguai, hoje a comunicação aqui no Espirito Santo seria
diferente. João Santos iria montar um grande complexo de radio e TV em todo
Estado. Sua morte mudou a historia do radio, jornal e televisão do Espírito
Santo e toda minha historia profissional também.
Desempenhava o trabalho na Escelsa quando Mauricio Prates, ainda em
Cachoeiro, liga dizendo que tinha indicado meu nome a João Santos para montar a
Tribuna FM em Vitória. Mauricio trabalhava na fabrica de cimento do grupo em
Cachoeiro e por gostar muito de musica e de radio, montou a Tribuna FM de
Cachoeiro, primeira concessão em radio do Grupo Nassau.
Ele disse que gostaria de contar comigo “full time”, disse também que eu
montaria a Radio Tribuna, a segunda concessão de radio e que os recursos viriam
da fabrica cimento Nassau em Cachoeiro.
Montar uma radio, principalmente dentro de um grupo industrial forte na
época, era muito difícil, complicado. Por ser novo, convidei três pessoas mais
velhas e com experiência para trabalhar comigo, principalmente no início. Chamei
Geraldo Sobroza com vasta experiência em radio e administração, convidei
Eurídice Gagno para gerir a parte comercial e Jose Américo Mignone, com quem
aprendi radio para que eu não tivesse chance de errar.
João Santos Filho tinha seus homens de confiança aqui em Vitoria. Ambos de
Cachoeiro, que antes trabalharam com ele na fabrica de Monte Líbano. Um deles
era Nero Abranches, o outro era Rubinho Grilo. Ele havia ordenado que a radio
fosse construída na parte térrea da sede e assim fizemos. Bonitas instalações,
planta bem elaborada, boa mobília, etc, como ele queria que fosse.
Quando estive nos Estados Unidos pela primeira vez, visitei uma radio em
New York onde ela colocava quadros de seus principais apresentadores através
dos corredores da emissora. Fizemos o mesmo com o pessoal que ocupava microfone
na Tribuna FM.
Mas rolava uma certa inveja com o pessoal do jornal. Lembro que Rubinho
Gomes era editor chefe e Marien Calixte diretor. Eles viviam querendo se
interferir na programação da radio com coisas do jornalismo. A emissora ja
tinha seus noticiários na linguagem radio.
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