CAPÍTULO DEZESSETE
La pelos lados de 2004 Jairo Maia já queria sair da
Gazeta. Entre os motivos, seu faturamento ficando baixo e não renovação de
contrato. O pessoal da Cúria Diocesana, detentora das Rádios América AM e FM
(na época só com a AM, já que a FM ainda estava arrendada para UVV de Jose Luís
Dantas). O conselho da Cúria Diocesana procurou por Jairo
Jairo Maia teve umas duas reuniões com o presidente do
Conselho da Fundação que cuidava da comunicação na Cúria. Em todas reuniões ele
me chamava e dizia que, caso fosse tudo resolvido, eu iria junto.
Acabou que Jairo Maia não foi e eu fui. Ele dizia para os
representantes que eu poderia ir primeiro “para ir acertando a sua chegada”. Na
verdade Jairo tinha receio de sair da Gazeta, onde ainda estava. Sabia que dali
saindo, nada seria como antes, como realmente aconteceu.
Na Radio América cheguei e fui logo mexendo na sua
programação, com o cuidado extremo de seguir os parâmetros católicos da radio.
Troquei toda a plástica da emissora. Modernizando suas aberturas, vinhetas e
programas. Uma pessoa foi fundamental nessa empreitada, o companheiro Rogerio
Lima. La tinha também duas peças humanas extraordinarias, Rodrigo Moutinho,
Vania Lorenzetto. Warllen Silva, Wander Idelfonso, Elaine Butter e Magno
Lovatti eram os demais. Uma outra pessoa me ajudou muito, o técnico Marcos Som
Uma vez vi um anuncio no quadro de avisos da emissora
sobre o tal Microfone de Ouro da CNBB. Li o regulamento, peguei um programa que
fazia na Radio ES e que estava nos meus arquivos, dei uma atualizada e enviei.
Resultado: Primeiro lugar na categoria Microfone de Prata. Era Microfone de
Ouro e de Prata. Foi o único premio de radio que ganhei em toda minha vida, mas
foi um premio nacional.
Existiam alguns padres que utilizavam a programação, além
do Bispo Emérito, Dom Scandian e o bispo titular. Entre os padres, havia um
velhinho, gente boa, e um dia, na minha sala falei para ele que Deus era bom
comigo, pois estava me dando a oportunidade de retribuir tudo o que sabia da
profissão, ali, na Radio América. Mas ele ficou impassível com essa minha
declaração. Começava ali minha descrença nos padres e na atual missão da Igreja
Católica.
Mas, passados alguns meses, talvez ate por não ter
colocado a emissora em situação de concorrência comercial, o que normalmente
leva de um a dois anos e muitos não entendem isso, fui convidado a sair da
emissora. Engraçado que quem me demitiu foi um gerente do Banestes, um sujeito
arrogante, que fazia parte do Conselho da Cúria que cuidava da radio. Não foi
quem me contratou. Achei um acinte, um individuo sem o mínimo de jeito para
tal. Muito deselegante.
No meu lugar entrou um colombiano ou boliviano, um desses
das “lutas latino-americanas da igreja”, daqueles que não entendem nada de
radio e que fez vir por terra a programação que deixei, a equipe que montei.
Mas queria fazer um desagravo. Enquanto uma ex freira
estiver rondando a cúpula da igreja aqui no Estado, o setor de comunicação da
mesma não irá para frente. E ela resiste.
Conhecedor de radio boa, sempre admirei o trabalho do
empresário Cesar Nemer na sua radio Cultura FM de Castelo no sul do estado. Uma
radio potente, muito bem estruturada administrativa e tecnicamente.
Qual foi uma surpresa boa quando recebi um convite do
Cesar Nemer para fazer um boletim diário em sua programação, principalmente com
as noticias da capital. Isso muito me honrou e por isso sou grato a essa
lembrança e o reconhecimento ao meu trabalho no radio. Obrigado, Cesar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário