CAPÍTULO SETE
FASE ESCELSA E RÁDIO CAPIXAPA DE HUGO BORGES
Recém formado na UFES e continuando a trabalhar na Capixaba de Jairo Maia,
surgiu a chance de fazer uma coisa que não seria radio, mas que se aproximava
disso: Trabalhar na Assessoria de Comunicação da Escelsa.
Com indicação de uma grande amiga, fui aceito lá. A Eletrobrás tinha
enviado um funcionário especializado para montar a equipe de comunicação da
empresa. Marcos Conde era o nome dele. Uma equipe foi formada com o jornalista
João Barbirato, eu, a secretaria Marinetti Silvestri e ele, Marcos Conde.
Fiquei ali por uns três anos trabalhando (de terno) e fazendo boas
amizades. O prédio da Escelsa era no Ed.Galerão, ao lado do prédio da Gazeta na
Gal Osorio, no centro. Aprendi muito, aprendi outras coisas inerentes.
Tinha uma pessoa do alto escalão da Escelsa que era fan de nosso trabalho
na Assessoria. Mário Petrocchi de Oliveira,
que um dia veio a comandar esse setor.
VLADIMIR GODOY NA HISTORIA
A TV Gazeta, recém inaugurada, arriscava fazer uns comerciais lá. Lembro
que me escolheram para fazer o comercial da própria Escelsa. Depois apareceu um
da Lima&Lima Corretora. Recordo que este foi em branco e preto. Em todos eu
figurava de terno (talvez por que me viam assim, já que eram vizinhos)
Naquela ocasião a Gazeta procurava por um apresentador. Iria estrear o
jornal da emissora. Wladimir Godoy tinha vindo da Globo para montar o jornalismo.
Fui chamado por ele. La chegando, depois de alguma conversa ele disse que eu
poderia ser aproveitado se fizesse o teste. Se desse certo seria eu o primeiro
apresentador do jornal televisivo. Fiz o texto e deu certo. Mas o seríssimo
Wladimir me pediu para raspar o bigode (usava um vasto na época).
Novo e inexperiente eu disse que não tiraria nunca. Consequência: apareceu
o colega Enock Borges e foi escolhido, Depois veio a dupla Rui Crespo e Maura
Miranda.
CAPIXABA DE HUGO BORGES
Nesse interim, Jairo decepcionado com a Radio Capixaba, fez negócio com o
velho Hugo Borges, que era radialista, além de politico. A Radio foi parar nas
mãos de Huguinho, seu filho, de boa memória.
Como eu estava na Escelsa, Huguinho entrou em contato comigo falando
precisar de meus préstimos e ajuda-lo a dirigir a emissora. Ponderei que não
dava e a resposta dele foi a seguinte: Dirige a radio daí e venha aqui no final
do dia. Topei e deu certo…
Querendo fazer uma radio bem noticiosa, Huguinho convidou algumas pessoas
para trabalhar. Entre elas a jornalista Dalva Ramaldes e Rose de Freitas. Esta
ultima para fazer um programa, Sala do Povo, já visando a politica tendo
Huguinho como mentor.
Lembro bem da galera dessa outra Capixaba: Tinha Miguel Roldan, que
apareceu na Audiomax de Eurídice Gagno, sedo que Huguinho levou para a
Capixaba. Tinha Romário Vanderlei, Geraldo Sobroza, Solange Bermudes e Cavatti.
Esse era o pessoal da retaguarda. Os do front continuavam os mesmos.
CONGRESSO EM CAXIAS DO SUL
Essa vale registro.
Iria ter um Congresso de Radio da ABERT em Caxias do Sul. Cavatti, mesmo
sem saber o significado de um congresso desse quilate, comentava com Huguinho
sobre. Dai apareci na sala. Huguinho me encarando disse: Você gostaria de
representar a radio Capixaba em Caxias do Sul? Disse que sim. Ele retrucou, mas
vocês dois podem ir, desde que apresentem uma tese.
A TESE E A REPERCUSSÃO
A tese que levei e defendi era simples. A criação de RadioEscolas no
Brasil. Elas ensinariam o radio prático e não teórico, através de profissionais
capazes em cada setor do país, norte, sul, oeste. Seriam mantidas pelo governo
através dos Ministérios da Comunicação e da Educação.
O MiniCom supervisionaria as rádios e o Mec filtraria os alunos nas
faculdades convencionais e posteriormente os enviaria para as RadioEscolas.
Lógico, aqueles que gostariam de fazer radio.
Lá em Caxias, ao ser apresentado em plenário, ganhou louvores der todos os
presentes, ao ponto da imprensa que cobria o evento vir questionar e saber mais
amiúde detalhes do projeto. Foi a tese mais interessante do referido congresso,
segundo se soube
A Abert pegou a tese para elaborar estudos e viabilizar o projeto. Mas
perdi o contato e nunca mais soube dele. Vi que um politico criou um semelhante
no norte do país, talvez baseado nesse nosso RadioEscola
Admirava Huguinho Borges por esses ímpetos.
TELEVISÕES NA RUA
Lembro um fato criado por ele. Na copa de 1978 Huguinho vendeu uma ideia
para os patrocinadores. Colocar aparelhos de TV’s nas principais praças de
Vitória para o povo ver os jogos da Copa. O som da narração seria da Capixaba.
Ele Colocou, mas não deu muito certo pois os jogos eram a tarde e a
luminosidade atrapalhava a visão da galera. Detalhe: Naquela época não existiam
telões.
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