CAPÍTULO QUATORZE
Um dia, em New York, recebemos um telefonema do Brasil.
Era de Jairo Maia dizendo que a Gazeta (Aurelice Aguiar) queria falar comigo.
Ao telefone Aurê disse: Não vai voltar? Eu disse que poderia....mas não queria,
mas que iria pensar
Ao mesmo tempo, Rose de Freitas liga para Monica. Ela
estava se lançando candidata ao Governo do Estado e queria que Monica viesse ao
Brasil ajuda-la na campanha. Juntou o útil ao agradável. Voltamos, sendo que os
filhos continuaram estudando lá, junto com os avós e tias.
Chegando fui para a Metrópole FM. A Gazeta havia
arrendado de Ferraço (pai) a antiga Cidade. Enquanto isso, com Aurê e Cafe no
comando, se negociava a vinda das rádios de Paulo Gava para o Sistema Gazeta.
Essas rádios eram aquelas que coube a Paulo Gava, da sociedade que ele tinha
com Pedro Ceolin. Eram a Antena 1, Litoral e depois a CBN.
Na Metrópole fizemos um bom trabalho. Tinha uma equipe de
primeira linha, Wolney Rocha, Luizão Silva, Ted Conti, Juninho Megahertz,
Patrícia Valim e Simone Devens. Alexandre, meu primo tinha acabado de sair da
programação musical e entrando Fernanda Queiroz.
A radio ja estava “pegando” entre os ouvintes classe AB,
quando Ferraço recebe proposta dos adventistas para adquirir a emissora. Então
ele oferece a Gazeta, que não compra, não houve acordo. Então ela é vendida para
os adventistas. Era para abrigar a Novo Tempo FM. E lá se foi o projeto
Metrópole de água abaixo.
Na Gazeta, chegavam as rádios de Paulo Gava. Com elas,
alguns funcionários, incorporados á Gazeta, dentre eles, Ricardo Garcia, um dos
melhores profissionais que eu vi trabalhando. Era editor, dos bons. Nessa fase
outro editor fenomenal passou pela Gazeta também, André Monjardim. Ambos dispõe
de meus respeitos profissionais.
Nesta fase, cuidamos do primeiro lugar da AM, ajudamos a
montar a CBN e ajudamos também a montar a nova equipe da Litoral. A Antena 1
não dava trabalho, pois era apenas um receptor de satélite na área técnica da
Gazeta. O comando era de Paulo Canno, profissional dos mais notáveis
Um nome que me impressionava pela sua aptidão técnica,
era Carlos Benfica, o Carlinhos Gambi.
Elemento de bom caráter, autodidata, atencioso e competente. Gostava
demais de trabalhar com ele.
Compartilhamos com as atividades de Aurelice Aguiar á
frente das rádios, como vimos também seu afastamento da empresa. Foram momentos
tensos.
Continuamos na Gazeta ate por volta de 2000. Ai entra meu
segundo lapso na carreira profissional. Aceitei um convite para voltar a
Tropical FM
Deixei a Gazeta inclusive a contragosto de Jairo Maia. Sabia que a emissora, mesmo sem a minha
presença, continuaria em primeiro lugar no Ibope. A estrutura que ajudamos a
construir era sólida. Sabia tambem que se Jairo saisse de lá, a radio não seria
mais a mesma, como não está sendo hoje. Não trataram Jairo Maia com dignidade
profissional como ele merecia. Foi a mágoa grande dele.
REGINALDO SILVA
Assim que voltei dos Estados Unidos, tive de “encarar”
alguns fatos inusitados e preocupantes na Gazeta. Um deles, foi ter que demitir
(á contragosto) Reginaldo Silva. Apesar de uma conversa triste, ele aceitou
numa boa.
A outra, foi um dia
que Mônica Camilo sumiu. Ela, novinha de idade e de trabalho, era do quadro da
“nova” Jovem Pan. Uma noite, ligaram para casa e disseram que Mônica não tinha
ido trabalhar, que tinha sumido. Lá em casa todos se preocupam e eu também.
Depois de muitas buscas soubemos que ela tinha ido passar a noite na casa de
uma amiga recente. Desde daquela época Mônica ja “causava”
HECKEL LOUREIRO
Assim que voltei dos
Estados Unidos em 1994, a gente da Gazeta, comparecia muito na casa de shows
PlayMen em Santa Lucia, Vitoria. A gente ia curtir e apoiar Carlinhos Gambi.
Comia pipoca e via as apresentações das meninas. A galera ja era conhecida por
lá. O gerente ja mandava fazer pipoca de graça para gente. No Natal daquele
ano, resolvemos retribuir a fidalguia da famosa casa. Pegamos o Herckel
Loureiro, na época acima do peso, o vestimos de Papai Noel e la foi ele com um
saco nas costas e fazendo o HO HO HO. Foi o maior sucesso! Hoje, regenerado,
ele se refere a isso com “episodio bíblico”. Virou até atleta ciclista!
RECUSA
Saí da Gazeta duas vezes. Em ambas Café Lindemberg me
solicitou que eu pensasse bem no que estava fazendo. Na primeira, argumentei
que precisava ir com a família para os Estados Unidos, pois havia chance de
trabalhar na na Voz da América. Ele ponderou que eu estava dando certo
ali e que ele tinha planos para o futuro. Isso foi em 89. Mas fui assim mesmo.
Na segunda vez, achei que estava fazendo um grande
negócio indo para a Tropical (segunda vez) e novamente Café e Aurê pediram para
eu ponderar, ja que tinha chegado dos Estados Unidos e a Gazeta estava
incorporando as rádios de Paulo Gava. Fui de novo.
Um dia procurei
Café (pessoa altamente educada e solícita) e falei que gostaria de
voltar e que desta feita iria ficar de vez. Café sorriu, me qualificou e mesmo
assim disse: “ a terceira não, Zé”. E eu não voltei!
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